Acabou essa história de os “velhinhos” passarem a semana em frente à televisão sem colocar a cara para fora de casa. A turma da terceira idade tem deixado o pijama e a preguiça de lado para curtir a vida em festas dançantes promovidas nos quatro cantos de Sorocaba. E o leque de opções voltado ao pessoal dos cabelos brancos é tão grande que é capaz de deixar qualquer adolescente enrugado de inveja.
Os mais dispostos desfrutam o tempo livre com a prática da dança de salão, uma atividade disponível em praticamente vinte grupos e entidades vinculadas ao Conselho Municipal do Idoso. O cardápio inclui aulas e festas diárias que reúnem pessoas acima de 65 anos de idade em busca de uma melhor qualidade de vida. A aposentada Virgelina Cancian Soares, 67 anos, conseguiu sair da rotina dos afazeres domésticos ao começar a prática do dois pra lá/dois pra cá. “Eu tenho pressão alta, diabetes, mas tomo os meus remédios e vou dançar”, comenta.
Virgelina faz parte do universo de idosos que não dispensa um baile. Ela está casada há quase cinco décadas e conseguiu convencer recentemente o marido a cair na pista. “Se a gente quiser, quase todo dia tem baile aqui em Sorocaba. Mas cansa muito e a idade já não ajuda tanto”, completa. Essa disposição é o que não falta ao aposentado Francisco Isquerdo Moreno, 73, dono de uma saúde de deixar qualquer jovem de boca aberta. Ele nada uma média de mil metros por dia, “sem colocar o pé no chão e de preferência em água gelada”, e confessa ter esquecido a última vez que ficou doente.
“Às vezes eu tenho umas dores de cabeça, mas isso eu tiro de letra. Sei que não sou mais um jovem de 20 anos, mas não posso me entregar e me sinto muito bem com a idade que eu tenho”, diz. Elegante e assumidamente vaidoso, Francisco é apaixonado pela dança de salão e sempre compartilha os passos com a esposa - com quem é casado há meio século. “Costumo falar que eu tirei essa mulher pra dançar em um lindo dia 12 de outubro de 1958 e estou dançando até hoje com ela”, completa o aposentado.
A responsável pelos programas de apoio ao idoso da Prefeitura, Iara Santoro Cardoso Magno, afirma que o baile é uma maneira de reaproximar a turma da terceira idade do convívio social e torná-la ainda mais valorizada. “Nesse tipo de festa, a pessoa se sente mais feliz, menos rejeitada e tudo isso contribui para evitar um quadro de depressão e o aparecimento de doenças”, diz Iara.
Formada em Educação Física, Iara também ressalta a importância da dança para a melhoria da saúde da população mais experiente. “O ato de dançar funciona para o idoso como um exercício físico e melhora o emocional, pois a pessoa faz o que gosta e se sente feliz”, relata Iara.
Já a secretária municipal de Cidadania, Maria José de Almeida Lima, ressalta que a prática da dança de salão é um resgate da juventude vivenciada pelos idosos. “A ideia é possibilitar um envelhecimento saudável e alegre e, por isso, fazemos um trabalho de inclusão do idoso no esporte e no social dentro de todas as políticas da Prefeitura”, diz Mazé.
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